9 de fevereiro de 2013

vocação? uma para a mesa cinco.

então, o jorge já está por tudo; sempre que falo em escrever algo aqui sobre um tema qualquer, a reacção dele é mais ou menos: hum yay! desde que escrevas!! 
portanto, é isso. hoje vou escrever sobre vocações.

não sei se já expliquei convenientemente mas eu ainda não senti o chamamento da vocação. (?) isto soa muito estúpido tudo dito assim, bullshit, mesmo. 
há sempre pessoas que desde pequenas sonham ser isto ou aquilo e eventualmente isso torna-se num projecto sério, num... propósito. eu pensava que queria ser arquitecta. pensava isso desde pequena. era construções em legos, era maquetes em evt, são sites e sites que eu sigo sobre o assunto, era a mania do sims, simcity, minecraft recentemente.
no ano passado entrei em crise. comecei a pensar que não havia nenhuma razão em concreto que me levasse a gostar, que não é divertido, trabalhoso, mal pago e a certo ponto esgota-se o interesse. comecei  a pensar que quem ama algo não precisa de explicar porquê ou chegar ao ridículo de arranjar pros e contras. 
e procurei aventuras. achei que seria enriquecedor ter uma perspectiva do que é o mundo lá fora, entrei num programa no qual andava a pensar há meses e aqui estou eu. claro que, sendo realista, isto é impossível para a maioria dos portugueses porque pessoas, a maioria dos pais não estão dispostos a pagar por educação "supérflua", fetiches; porque para a mentalidade portuguesa voltar atrás depois de já ter o secundário acabado é como "chumbar". é brincar com a sorte, é perder tempo, é tudo o que é de negativo. mas eu estou feliz. acho que não me arrependi nunca de o ter feito. 
comentei com alguém um dia destes que eu era perfeitamente feliz a trabalhar numa livraria qualquer. receber o ordenado mínimo e cenas. as pessoas até podem pensar "sim, tu achas que consegues, mas depois precisas de cenas para viver e não sei quê, és mimada, gostas de livros e ver cenas e ir a concertos, como farias isso?". 
mas pensem comigo: 400 e tal euros são suficientes para uma pessoa viver. uma pessoa só não precisa de um T3 ou uma moradia enorme, supõe-se assim que o dinheiro da renda/empréstimo não seja super elevado. é ou não é?! depois uma pessoa precisa de se alimentar, vestir, educar, divertir. 400/500€ fazem bem isso. sejamos honestos: se a situação é tão má, com a crise e tudo, como é que pessoas - casos reais que eu conheço - acham que isto é um ultraje etc, mas ainda conseguem ter dinheiro para ir de férias para aqui e para ali? tudo isto para dizer que eu procuro uma vocação, porque eu ainda acredito que mais vale viver a tentar do que resignar-me a uma vida que não quero. e se me perguntassem agora eu dizia-vos que ninguém precisa de um curso para ser feliz a não ser que queira um. é um exemplo. 

5 comentários:

  1. essa penúltima frase diz tudo :) eu por exemplo descobri aquilo de que gosto da forma errada. não é a minha "vocação" (palavra chata btw), não tenho um talento especial e inato para isto, é preciso muito esforço e trabalho para interiorizar e conseguir fazer certas coisas, mas gosto muito, dá-me prazer e pronto.

    caí neste curso contrariada, ao fim de anos e anos a dizer que o que eu queria mesmo era psicologia. e agora digo sem pensar duas vezes que quero a psicologia lá longe de mim e que sociologia é que é bom, que é nisto que quero investir, e até ver, não estou arrependida :p

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  2. 400/500 euros dão, sim, se não tiveres que pagar casa e contas, caso contrário esquece lá isso. Ou mesmo que consigas, nunca será bem da forma que gostarias, digo eu. Mas eu não sou ninguém =)

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  3. hum, se estás bem é o que interessa ;)

    toni: eu acho que dava. claro que não permite extravagâncias algumas mas pronto :)

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  4. Alugar um quarto é possível, mas pagar uma casa parece-me uma perspectiva pouco realista. Fora as contas! O mercado de arrendamento disparou em flecha e os bancos cortam cada vez mais os empréstimos - para quem tem o ordenado mínimo, pior ainda. Mas a tua última frase diz tudo. Eu já passei por dois cursos e ainda não tenho a certeza se encontrei a minha vocação!

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  5. uma casa talvez não, mas um quarto sim :)

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